terça-feira, 2 de agosto de 2011

A arte de sentir-se viva

Foi forte. Tão forte quanto o barulho de um trovão numa tempestade, tão forte como as ondas de um mar revolto, mas tão inspirador como o cruzar das pernas num tango. Assim eu sonhei noites de lua cheia e noites escuras, com tua imagem tão viva e  uma realidade tão distante. Persegui este meu sonho sem nem mesmo saber a razão. e assim te conheci e soube que eras real. Cada momento, cada detalhe, cada semelhança dentre tantas diferenças. Insegurança? Não. Certeza.

Respirei fundo mais uma vez, mas foi tão inútil quanto nas últimas tentativas. Dentro do meu peito, meu coração saltava acelerado, seguido pelo ritmo do tremor dos meus dedos. Nenhuma posição parecia confortável. Repassei cada passo e entrei. Senti os olhares na multidão. Desconfiança, curiosidade, entusiasmo, ansiedade.

Encostei as mãos no trapézio e subitamente tudo silenciou. Não havia mais nada além de nós dois. A energia fluia como nunca e eu tive certeza que tudo daria certo. Foi como nos velhos tempos. O ritmo da música como fluido vital. Esse é o momento em que me sinto mais segura. Os minutos em que tudo se resume na alegria de sentir-se viva novamente.