segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A velha

Uma imagem, uma pessoa, um lugar... eis o resultado

Coitada da velha, andando sozinha,
na rua deserta em plena madrugada.
Coitada da velha, mal vestida e suada,
esperando o ônibus, em pé na calçada.

No bolso, o dinheiro, uns poucos trocados,
nas mãos dois saquinhos já muito rasgados.
Sozinha no mundo, num beco escuro,
repensa sua vida e se vê sem futuro.

Coitada da velha, que tanto amou e já foi amada,
que trabalhou tantos dias, nesta longa jornada.
Hoje espera sentada, uma ajuda, um afago,
engolindo suspiros e evitando lágrimas.

Lá vai ela descalça, devagar, cabisbaixa,
com suas sacolinhas atravessando a praça.
Abandonada, sem rumo e apesar da má sorte
ela nunca desiste de lutar contra a morte.

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