Quase afundei nas águas profundas do mar revolto, mas cheguei a salvo no leito de palha que hoje me parece feito da maciez das nuvens. Nada pode ser mais compensador, depois da árdua jornada na qual me empenhei, como se dela minha vida dependesse e qualquer falha me levasse à desgraça. O sono invade, sugando a energia que ainda resta em meu corpo. Tento lutar com afinco contra as janelas que insistem em manter-se fechadas. A imaginação e o senso crítico parecem evadir-se, deixando-me vazia, nua e abandonada; largada sobre um leito frio num dia cinzento, sem conseguir mover-se ou sussurrar palavras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário