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A confiança
Sem aviso prévio me deparo com algo novo e desconhecido. Finjo sentir-me segura, embora uma parte de mim queira fugir. Quero enfrentar o perigo, mas encolho-me. À minha frente um abismo. Sinto minha cabeça rodar e instintivamente dou um passo atrás. Sinto dentro de mim cada órgão como se tivessem vida própria. Respiro com dificuldade. Ponho a mão direita sobre os olhos e inclino levemente a cabeça. Preciso me concentrar. Sei que sou mais forte que isso. Começo controlando a respiração e pouco a pouco meu corpo retorna ao nível basal. Agora sim posso enfrentar o desafio. Volto ao ponto inicial e analiso com mais frieza as possibilidades. Então compreendo que a única arma disponível é a confiança. Devo confiar que tudo pode dar certo. Confiar em quem me trouxe até aqui. Confiar em mim mesma, na minha capacidade. Percebo claramente o quanto é difícil confiar mesmo sem ter motivos para não fazê-lo. Me posiciono e fecho os olhos: a coragem para saltar é tão semelhante aquela necessária para confiar... Tomo minha decisão. Inclino o corpo e sinto o vento no rosto. Resolvo abrir os olhos, certa de me arrepender, mas surpreendentemente me dou conta de que não estou caindo e sim voando.
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