sexta-feira, 22 de abril de 2011

Quinta-feira, Santa ou tiradentes, tanto faz

Saí de casa tranqüila. Feriadão, cidade vazia, maravilha... Ou não! Esqueci que nesses dias aqueles tios que nunca dirigem resolvem dar uma volta só para desenferrujar o motor e para saber se ainda são capazes de fazer o carro andar para frente.


Mal dobrei a esquina e já dei de cara com um deles: 30km/h, pisca alerta ligado, andando em zig zag. (Zig zag neste caso é uma tendência a deslocar-se para a esquerda toda vez que alguém tenta ultrapassá-lo, retornando à posição inicial após detectar a desistência da manobra ou a presença de veículos no sentido oposto.) Motorista zig zag é igual bêbado. Melhor não ultrapassar porque o risco de acidente é grande. Segui mais umas quatro quadras atrás dele, ainda sem entender porque o pisca alerta continuava ligado.

Foi então que passou por mim uma moto com o pneu traseiro afundado com o peso de dois “gordinhos” e a cena imediatamente me fez esquecer tanto do tio zig zag quanto do Chevette bege (originalmente parado uns 5 carros na minha frente) que começou a roncar assim que a sinaleira abriu e que ainda não tinha conseguido arrancar. Será que moto é como elevador e tem peso máximo suportável??? Deve ter... A cena dos parafusos da roda traseira saltando como num desenho animado passou ligeiro na minha frente e foi pensando nisso que cheguei ao meu primeiro destino: o shopping.

Estacionei na primeira vaga disponível e desci do carro diretamente para cima do salto. Peguei minha bolsa e coloquei os óculos escuros na cabeça. Minha postura altiva seguramente chamou a atenção dos homens ali presentes, mas definitivamente meu poder de sedução não faz parte deste relato.

Fui direto à praça de alimentação, parando apenas para dar uma olhadinha na coleção nova de uma loja de acessórios. Lindos... Mas a fome era maior e meu irmão também estava por ali (mera coincidência, mas almoçar acompanhada é sempre mais agradável). Começamos as buscas por uma mesa vazia e novamente obtive êxito com a técnica ninja. (Técnica que exige rapidez e muita habilidade e que consiste em jogar si mesmo ou um objeto pessoal sobre uma mesa, entre o tampo e as bandejas, no exato momento em que estão sendo retiradas pelas pessoas que se levantam.) Par ou ímpar para decidir quem vai primeiro comprar a comida e pronto: agora basta aguardar a minha vez.

Barriga cheia, mala no carro, um expresso duplo e bora prá estrada. Antes de sair da cidade ainda tive o prazer de encontrar um tio que gosta tanto de andar na linha que conduz seu veículo exatamente no meio das duas pistas, obstruindo a rua. Mas assim que entrei na BR-116 os caminhões me pareceram uma canção de ninar e pouco a pouco me acalmei, ao menos até Scharlau, onde começam os intermináveis pardais.

Hoje encontrei uma nova diversão! Contar pardais na estrada até Garibaldi. São doze ao todo, entre pardais e lombadas eletrônicas. Será que alguém pode me explicar porque existem tantos deles na mesma estrada? Será que se reproduzem e logo encontraremos pardaizinhos brincando felizes, correndo no acostamento? Pelo menos me diverti. Afinal, que graça teria subir a serra sem nenhum caminhão carregado andando a 20km/h e provocando aquela longa fila de automóveis?

Às 23:30h, deitada na mesma cama e no mesmo quarto onde minha avó dormia quando criança, desisti de dormir apesar do sono. A rave embaixo da minha janela pelo visto ia longe. Eu não estava a fim de dar uma de velha e chamar a polícia. Então peguei meu caderno (sim, sou antiquada a ponto de rabiscar rascunhos num caderno que obrigatoriamente permanece num local de fácil acesso: embaixo da cama ou dentro da bolsa). Mas voltando ao assunto: Então peguei meu caderno e, percebendo a total falta de inspiração causada pelas batidas da música, resolvi escrever sobre meu dia. No fim, nem me pareceu um texto tão ruim.

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