Não lembro de ter visto verão como este, com praias lotadas até o anoitecer, água quente e férias do nordestão. Porém, neste clima de festa, nem todos estão dispostos a agir com bom senso. É exatamente graças a estes inconsequentes que se torna possivel enxergar uma cena como a da criança que pisou em um anzol, próximo à plataforma de pesca de Tramandaí na semana passada.
As pessoas ao redor culpavam o pescador, mas sejamos coerentes. Os culpados pelo acidente são os pais desta criança, que a levaram para uma área reservada para a pesca e permitiram que ela brincasse livremente, enquanto pegavam sol e tomavam cerveja. As áreas próximas às plataformas de pesca são reservadas para este fim, sendo perigosas para banhistas e surfistas, que se aventuram em meio a redes e anzóis de forma imprudente.
Fui ensinada a respeitar estas áreas e gostaria de ter segurança nas áreas reservadas para banho. Infelizmente é cada vez mais comum ver homens e mulheres lançando seus anzóis à tarde em qualquer ponto da praia. Pior, os lançam entre as pessoas que se divertem despreocupadamente, aproveitando o mar para se refrescar. Frente a esta situação, os salva-vidas nada fazem. Muitas vezes até descem das suas guaritas, mas não para chamar a atenção destes incautos, e sim para conversar, aparentando esquecer momentaneamente da sua função. Também percebi que não existe fiscalização, ao menos não na minha praia: Tramandaí.
O fato das praias brasileiras serem públicas não dá o direito de cada um fazer o que bem entender. Um antigo ditado diz que a liberdade de um termina onde começa a liberdade do outro.
Já cansei de escutar frases do tipo: o Brasil não tem solução. Deste jeito, não terá mesmo. Que futuro pode haver uma nação onde o povo não tem educação? Educação não é função do governo ou apenas da escola. Educação começa em casa e o bom exemplo da família tem valor inestimável. Dar limites e seguir normas instituidas para aumentar a segurança pode parecer pouco, mas sem dúvida torna o mundo melhor.
Publicado na Zero Hora do dia 12/O2/2O1O
A autoria e minha.
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